Não sei se vocês estão acompanhando o caso da Basecamp que apareceu essa semana.
O artigo gira em torno de mudanças sobre como as coisas devem acontecer no ambiente de trabalho. Só que essas mudanças envolviam um tema: passava a não ser permitido conversas, debates e discussões de cunho político e social.
Isso por si só, já chocava, pois é uma ilusão que política e sociedade não fazem parte da construção de uma empresa, mas também deixava todo mundo perplexo porque a conclusão era que sem isso o foco deveria ser apenas o trabalho.
E, em nenhum momento, foi mostrado que essas conversas estavam impactando negativamente o que era entregue pelos times.
Esse texto do Casey Newton que compartilho, conta a história por trás a essa decisão do Basecamp (que ainda está se desdobrando e fica cada vez pior). Tudo começa em uma falta de decisão firme e esperada de líderes em relação a uma lista de nomes “engraçados” que era mantida a uma década.
O Basecamp sempre foi uma empresa que se diferenciava de outras no mercado tech, seus livros sobre trabalho e as opiniões que DHH, Jason e outros líderes compartilhavam em textos e no Twitter passavam uma outra imagem.
Após esse texto do Jason, outros foram publicados pelo DHH que só deixam pior a situação porque não conseguem enxergar qualquer erro na decisão final.
Fica claro quando em um dos últimos artigos o DHH diz que estão oferecendo um plano de remuneração para quem acreditar que deve sair pois não concorda em como será o futuro na empresa.
São 6 meses de pagamento para quem está a mais de 3 anos e 3 meses para menos que isso. Esse tipo de coisa ignora que nem todo mundo pode tomar essa decisão e garantir que em 3 ou 6 meses estará com emprego novo.
As pessoas só queriam trabalhar em um lugar que as respeite como são, como pessoas que estão inseridas em um ambiente político e social que tem passado por muitas transformações e conversas abertas sobre o que fazemos em sociedade.
No fim, mostraram que são apenas duas pessoas privilegiadas que quando são expostas a seus próprios preconceitos (mesmo sem que elas tenha consciência disso) preferem entrar em uma discussão e relativização do ocorrido ao invés de ouvir quem se sente ofendido e vem de um contexto onde já sofreram pelos mesmos motivos que virou piada numa lista de nomes.
Essa é uma reflexão para todos nós.